Tudo está na nuvem, mas onde ficam os principais servidores de internet?…

Servidores de serviços de nuvem estão espalhados em diversos países do mundo.

 

Seu Smartphone já deve ter oferecido para fazer uma cópia de segurança das suas imagens no Google Fotos ou no iCloud. As versões mais novas do Office, da Microsoft, têm opção para salvar documentos, planilhas e apresentações no OneDrive. Por trás de tudo isso, está a nuvem, essa palavra mágica que promete que seus arquivos estarão sempre disponíveis para serem acessados pela internet. Mas, afinal de contas, onde essa “tonelada” de dados está arquivada?

Ao contrário do que o nome sugere, essa nuvem não fica pairando no céu, sobre nossas cabeças. “A definição de nuvem pode parecer obscura, mas, basicamente, é um termo utilizado para descrever uma rede global de servidores. A nuvem não é uma entidade física, mas uma vasta rede de servidores remotos ao redor do globo que são conectados e operam como um único ecossistema”, diz Loredane Feltrin, diretora de produtividade na Microsoft Brasil. Só a Amazon, por exemplo, tem mais de 2 milhões de servidores ao redor do mundo, segundo o site The Conversation.

                                     

                                       Os donos do céu 

O país que realmente pode levar a coroa de “dona da nuvem” é a Irlanda. Muitas companhias têm seus servidores por lá. O país foi escolhido por uma série de fatores como terras baratas, impostos mais baixos — meros 12,5%, enquanto países como Inglaterra, Alemanha e França cobram entre 23% e 33,3% — e participação na zona do euro

Ainda na União Europeia, outro país que se destaca é a Alemanha. De acordo com a Cleber Viana, diretor executivo da Accenture Operations, isso tem a ver com as regulamentações de proteção de dados vigentes no país, que obrigam as empresas a manterem os dados dos cidadãos alemães em território nacional.

Nas Américas, segundo Viana, os EUA são um nome forte por serem berço das principais empresas de tecnologia e lar das principais inovações do setor, além. O Brasil também tem um número considerável de servidores e datacenters de cloud, servindo com um hub para a América Latina.

Na Ásia, o Japão se destaca por motivos parecidos com os dos EUA. Singapura também apresenta peso considerável no setor por oferecer tributação competitiva para as empresas. O executivo também destaca o caso da China, que tem presença muito forte de servidores e datacenters de empresas do próprio país, como Alibaba e Huawei.

Segundo Viana, alguns países que devem apresentar crescimento nesse setor são Argentina e Chile, para América Latina, Turquia e Grécia, para União Europeia e Oriente Médio, e África do Sul, para o continente africano.

 

   E o Brasil?

 

Os arquivos de usuários brasileiros do Office 365 ficam distribuídos entre EUA, Chile e o próprio Brasil. “Temos nosso datacenter instalado no Brasil desde 2014.”, explica Feltrin. “O Brasil está entre as 44 regiões por onde estão distribuídos os mais de 100 datacenters da Microsoft – é o primeiro da América Latina e do Hemisfério Sul. Vale ressaltar que, na época que inauguramos nosso data center no Brasil, aumentamos de 10 a 30 vezes a velocidade dos serviços para clientes brasileiros.”

Os servidores do Google também estão no Brasil e em mais uma penca de países. “Os servidores do Google Cloud Platform (GCP) estão hoje em 12 países: EUA, Canadá, Brasil, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Holanda, Índia, Singapura, Taiwan, Japão, Austrália“, diz Antonio Chaddad Fernandes, executivo de contas do Google Cloud.

ano passado o Google inaugurou servidores em São Paulo e, com isso, o tempo de resposta (a diferença entre você clicar em algo no seu dispositivo e a ação serexecutada) para usuários caiu entre 80% e 95%. Esse é um ponto importante para ter os servidores próximos de quem acessa aos dados.

Para quem vai construir um servidor vários outros elementos entram na conta.

 

“Questões relativas aos custos de manutenção de

grandes servidores, ao regime regulatório existente

no país (em termos de proteção de dados e de

tributação) e até ao clima (países com temperaturas

mais amenas são preferíveis) podem pesar”

Jacqueline de Souza Abreu, coordenadora da área de Privacidade e Vigilância do InternetLab

Privacidade e segurança

Se os servidores com as informações não estão no país de quem é dono delas, como ficam questões de privacidade e segurança de dados?

Em geral, via de regra, aplicam-se a dados

armazenados na nuvem a legislação do país em

que estão localizados os dados. Mas essa regra

não evita nem resolve eventuais conflitos de

natureza transnacional

Jacqueline de Souza Abreu, coordenadora da área de Privacidade e Vigilância do InternetLab

“Comparado ao texto da diretiva que ela substitui, há algumas novidades, como abrangência do escopo da jurisdição dessa lei europeia para serviços ‘do exterior’, realização de avaliações de impacto de risco em privacidade, direito à portabilidade dos dados (levar as informações para outro provedor), operacionalização de notificações de incidentes de segurança (como o prazo de 72h), com os quais esses serviços precisam se adaptar”, comenta Jacqueline.

Se a União Europeia está na vanguarda em termos de legislação para proteção de dados dos seus cidadãos, o Brasil deve aprovar uma lei na mesma linha. “O Brasil deve correr para aprovar uma lei geral de proteção de dados, que regulará todo e qualquer tratamento de dados pessoais por entidades públicas e privadas”, opina a porta-voz do InternetLab.

UOL Tecnologia (Giovanni Santa Rosa)

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